Para Lady Gaga: "Eu nasci assim" não é o suficiente
Soube que o novo single de Lady GaGa, “Born This Way” [numa tradução beeem livre: “Nasci assim”] chegou ao topo das paradas no iTunes e supostamente é algum tipo de canção que define essa geração.
O que me interessa depois de ler as letras e ouvir a música é que, do começo ao fim, GaGa está tentando levar seus ouvintes a se soltarem, aceitaram a si mesmos como eles são, e se lembrarem de que eles têm uma desculpa para seu comportamento – afinal de contas, eu nasci assim! Um sentimento muito popular em nossa cultura, com certeza.
O que me interessa depois de ler as letras e ouvir a música é que, do começo ao fim, GaGa está tentando levar seus ouvintes a se soltarem, aceitaram a si mesmos como eles são, e se lembrarem de que eles têm uma desculpa para seu comportamento – afinal de contas, eu nasci assim! Um sentimento muito popular em nossa cultura, com certeza.
Existem cristãos que se posicionarão contra a mensagem dessa música dizendo: “Não, você não nasceu assim! Foi uma escolha!”. Eles apelarão, então, para a ciência e para o fato de nunca foi descoberto um “gene gay”. Essa resposta é não somente teologicamente terrível, como também foge da questão maior.
Vamos aceitar por um momento que Lady GaGa está absolutamente certa e que, sem dúvida, toda pessoa “nasceu assim”. Isso significa que todo mundo deveria agir a partir de cada e todo impulso? A presença de um impulso ou desejo é bastante para determinar se uma ação é moral ou imoral?
Ou alguém poderia até mesmo voltar essa ética contra Lady GaGa. Se alguém for intolerante e cheio de ódio, ele poderia se desculpar simplesmente dizendo: “desculpa aí, mas eu nasci desse jeito!”.
Não seria difícil demonstrar o absurdo desse tipo de sentimento. Tudo que precisamos fazer é olhar para os comportamentos humanos que ninguém quer dizer que é aceitável e partir daí. Assassinato? Ok, assassinato não é legal, mesmo se o assassino tem um impulso humano de cometer esse ato. Estupro? Ok, estupro ainda não é uma coisa boa, mesmo que Lady GaGa continue a nos dizer que “eu nasci assim” é um fundamento para determinar nossos padrões éticos.
Sodomia? Bem, essa é uma das áreas cinzas da nossa cultura, não é? É certamente discutível na arena pública, embora não deva estar na Igreja. O que dizer do adultério – quebra os votos matrimoniais? Bem, eu conheço muita gente que acha que não tem problema ter um caso e destruir seu casamento, simplesmente porque houve o desejo.
Sodomia? Bem, essa é uma das áreas cinzas da nossa cultura, não é? É certamente discutível na arena pública, embora não deva estar na Igreja. O que dizer do adultério – quebra os votos matrimoniais? Bem, eu conheço muita gente que acha que não tem problema ter um caso e destruir seu casamento, simplesmente porque houve o desejo.
Se você pensar em termos teológicos, GaGa simplesmente abriu espaço para Agostinho. Sinto muito, Pelágio! Melhor sorte na próxima¹! Mas quem poderia imaginar que, ao aceitar a doutrina agostiniana do posse pecar², alguém teria pensando que encontrou uma defesa ética para o comportamento humano!
Não me entenda mal: esse texto tortuoso não é sobre travestismo ou orientação sexual, como alguns pensam que é o assunto da música de Lady GaGa. Eu nem mesmo penso que isso é tudo que a música trata. Pelo contrário, o que estou fazendo é mostrar a ética moralmente suicida por baixo dos sentimento de “Born This Way”.
A verdade é que todo mundo nasceu assim, e ainda assim somos indesculpáveis, porque ainda estamos inclinados à desobediência a Deus, mesmo se não estamos dispostos a reconhecê-lO.
Simplesmente porque o fato de nossos desejos serem deformados e pervertidos (os meus incluídos aqui) não nos desculpa (Romanos 2.1). Pelo contrário, nossos desejos confirmam que estamos inescapavelmente necessitados do Salvador que pode nos liberar da culpa do pecado e nos capacitar a ter um princípio de amor a Deus, a fim de que possamos honrar a Deus em nossas decisões éticas.
Simplesmente porque o fato de nossos desejos serem deformados e pervertidos (os meus incluídos aqui) não nos desculpa (Romanos 2.1). Pelo contrário, nossos desejos confirmam que estamos inescapavelmente necessitados do Salvador que pode nos liberar da culpa do pecado e nos capacitar a ter um princípio de amor a Deus, a fim de que possamos honrar a Deus em nossas decisões éticas.
¹ Agostinho e Pelágio travaram debates sobre a corrupção e a liberdade humana . Enquanto Agostinho defendia a doutrina do pecado original, plantando conceitos do que mais tarde chamaríamos de depravação total, Pelágio entendia que o homem tinha igual potencial para o bem e para o mal. Pelágio foi considerado herege pela Igreja Católica, embora possamos dizer que uma doutrina semipelagiana hoje é aceita pelos católicos.
² Resumindo essa doutrina, um quadro retirado daqui:
Posse non pecare | posso não pecar | inocência antes do pecado |
Non posse non pecare | não posso não pecar | homens não salvos |
Posse non pecare | posso não pecar | salvos vivos em corpo mortal |
Non posse pecare | não posso pecar | salvos glorificados |
Traduzido por Josaías Jr | iPródigo | original aqui